https://www.espacoarte.com.br/

1ª Exposição Virtual

GÊNESE E METAMORFOSE

A História do Colecionismo desde a Renascença até os dias atuais.

A origem do colecionismo

O ato de colecionar arte reflete não apenas o gosto individual, mas também as transformações culturais, sociais e econômicas ao longo dos séculos. Desde o Renascimento, o colecionismo desempenha um papel crucial na preservação e celebração da criatividade humana.

“Gênese e Metamorfose” é uma iniciativa que tem o objetivo em resgatar o papel cultural do colecionismo e incentivar novos colecionadores apreciadores das artes.

Gabinete de Curiosidades, 1690s, Domenico Remps (c.1690)

O Renascimento europeu foi um momento revolucionário para as artes plásticas. Antes desse período o artista era considerado um artesão, um executor técnico, que dominava as práticas para realizar um bom trabalho. Na Grécia e Egito antigos, onde os governantes e divindades foram extensivamente retratados em pinturas e esculturas, pouco se sabe sobre os autores, por falta de registros e assinaturas nas obras. Foi então que na Europa do século XIV esse cenário mudou. Ainda que boa parte das produções tivessem fins religiosos e políticos, o traço e personalidade do autor da obra passou a ser notado ao ponto que alguns nobres e pessoas influentes começaram a financiar determinados artistas – a prática de mecenato. Então ter obras de determinado artista ganhou um status diferente, um tom de exclusividade, o que foi apreciado por muitos e incitou a formação de diversas coleções significativas.

No século XVI esse hábito do colecionismo abrangeu objetos de importância cultural, histórica e científica, com a montagem de espaços particulares para expor relíquias – que iam de animais exóticos, objetos literários, a qualquer coisa que julgassem peculiar o bastante para compor a coleção. Muitos desses artefatos eram trazidos de viagens exploratórias e carregavam um valor cultural intrínseco, além de histórias de como haviam sido adquiridos. Em épocas de início de globalização, esses espaços – os gabinetes de curiosidades – eram visitados por convidados selecionados com quem seriam compartilhadas as experiências e impressões sobre os itens. Anos mais tarde essas coleções se tornaram tão importantes culturalmente que deram origem a museus e galerias de arte.

Contemporaneamente, nomes como Guggenheim, Whitney e Rockefeller, no cenário internacional, e Steinbruch, Paz e Safra, entre outros, no Brasil, exercem papel fundamental na preservação e valorização das artes plásticas ao longo das décadas, através de museus e fundações que exibem suas coleções.

E uma coleção nada mais é do que o recorte da personalidade do colecionador.

Com a finalidade de formar novos colecionadores e fomentar a expansão de coleções já existentes, preparamos uma seleção com 180 obras, entre pinturas, desenhos, esculturas e gravuras de valor histórico e cultural, de artistas brasileiros e alguns internacionais expressivos no mercado nacional. Essa iniciativa, que chamamos de Gênese e Metamorfose – 2024, é a oportunidade perfeita para aproximar e unir apreciadores com os grandes nomes da arte.

.

Débora Osti, novembro de 2024.
Consultora de Arte da Galeria Espaço Arte MM

Destaques da Mostra

Artista em Destaque

Mário Gruber (1927 – 2011)

Mario Gruber (1927–2011) foi um artista plástico brasileiro, destacado pelo Surrealismo. Pintor, gravador e cenógrafo, suas obras exploram temas oníricos, mitológicos e sociais, combinando técnicas clássicas como o afresco com elementos modernos. Formado na Europa, Gruber foi pioneiro na gravura no Brasil e contribuiu para sua consolidação como arte autônoma. Seu legado abrange prêmios nacionais e internacionais, além de coleções em museus renomados, como o MASP e o MAC. Sua arte é celebrada por desafiar a lógica e transportar o espectador para universos poéticos e reflexivos.

Toda semana um destaque novo em “Gênese e Metamorfose”.

Características da Obra

As obras de Gruber apresentam um universo de figuras etéreas e cenários surreais, com forte influência do movimento simbolista e surrealista europeu. Ele combinava técnicas clássicas, como o afresco, com elementos da modernidade, criando composições que desafiavam a lógica e instigavam a imaginação.

Suas paletas de cores ricas e detalhadas, combinadas com a precisão técnica, são características marcantes. Além disso, muitos de seus trabalhos sugerem críticas sociais e reflexões filosóficas, ampliando o impacto emocional de sua obra.

Série Fantasiado 4/7. Bronze patinado, 45x26x13 cm

Reconhecimento e Legado

Mario Gruber foi amplamente reconhecido por sua contribuição à arte brasileira, recebendo diversos prêmios nacionais e internacionais. Suas obras estão presentes em importantes coleções e museus, como o MASP (Museu de Arte de São Paulo) e o MAC (Museu de Arte Contemporânea) de São Paulo.

Além de pintor e gravador, Gruber se destacou como cenógrafo, tendo participado de projetos teatrais e cinematográficos que ampliaram ainda mais sua influência nas artes visuais. Seu legado é celebrado por sua habilidade de transformar o ordinário em extraordinário, levando os espectadores a um universo de possibilidades poéticas.

Fantasiado 3/7. Bronze patinado, 42x22x15 cm

Artistas integrantes da mostra

Inos Corradin

Inos Corradin nasceu na Itália, na cidade de Vogogna. Na década de 50, aos 21 anos, chegou ao Brasil, instalando-se em Jundiaí, interior paulista, na casa de parentes. Convidado para trabalhar em um projeto pioneiro na época, o Atelier Cooperativa, Inos muda-se para o bairro da Vila Mariana, em São Paulo. Dois anos depois, Corradin percebeu a necessidade de viajar, de mudar de ambiente. E foi parar na Bahia. Inos utiliza pretextos da natureza para desenvolver uma filosofia da cor, uma cultura plástica e uma cultura de sentimentos através dos quais é capaz de revelar o mundo de um modo único e inimitável. Reinicia sua carreira em 1964 e 1965 expondo individualmente. Em 1968 começa uma verdadeira maratona de exposições.

Sou Kit Gom

Sou Kit, descendente de chineses que imigraram ao Brasil nos anos 1960, revelou talento para o desenho aos 8 anos. Em 1989, iniciou estudos no Liceu de Arte e Ofício de São Paulo e foi premiado em um evento de jovens artistas chineses. Formou-se em Publicidade, mas dedicou-se exclusivamente à pintura, influenciado por Chen Kong Fang. Suas obras, marcadas por pinceladas expressivas e intensa luminosidade, exploram objetos, flores e paisagens, unindo harmonia e tendências contemporâneas.

Alejandro Llhoret

Através de paisagens inspiradas nas florestas tropicais brasileiras, a obra de Alejandro Lloret nos convida a um verdadeiro deleite de contemplação. Um mergulho na beleza da natureza, onde é fácil imaginar o som das folhas ao vento e do cantar dos pássaros.

Seu trabalho é dedicado à conscientização da conservação da natureza. Com paisagens imaginárias hiper realistas, busca transmitir uma mensagem importante de questionamento da relação do ser humano com o meio ambiente.

Aldemir Martins

Aldemir Martins (1922–2006), natural do Ceará, foi um importante desenhista, pintor, gravador e muralista brasileiro. Fundador de grupos artísticos inovadores no Ceará, mudou-se para São Paulo em 1945, onde realizou sua primeira exposição individual. Premiado na Bienal de Veneza na década de 1960, destacou-se pela arte figurativa inspirada no sertão, retratando galos, cangaceiros, gatos e flores com cores vibrantes. Criou murais em cerâmica para edifícios e consolidou sua importância no cenário artístico brasileiro e internacional.

Yugo Mabe

Forma-se em comunicação pelas Faculdades Integradas Alcântara Machado (FIAM) em 1977, mas nunca exerce a profissão de publicitário. Filho do pintor Manabu Mabe (1924-1997), cuja família migra para o Brasil em 1935, para trabalhar nas lavouras de café do interior de São Paulo, fixando-se em Lins. Mantém contato com as artes desde muito cedo, frequentando exposições e convivendo com o trabalho de seu pai e de seus amigos Aldemir Martins (1922-2006), Arcangelo Ianelli (1922-2009), Tomie Ohtake (1913) e Tikashi Fukushima (1920-2001), entre outros. Começa a participar de mostras coletivas no início da década de 1970 e é premiado nos Salões Bunkyo, em 1972 e 1975, e Salão Paulista de Belas

Octávio Araújo

Octávio Araújo (1926–1987) foi gravador, pintor, desenhista e ilustrador. Estudou pintura em São Paulo e integrou o Grupo dos 19. Em 1949, estudou gravura em Paris e, ao retornar ao Brasil, trabalhou com Candido Portinari. Premiado em 1959, viajou à China e, em 1960, recebeu uma bolsa para estudar arte na Rússia, onde viveu oito anos como ilustrador e tradutor. Suas obras foram celebradas em mostras no MASP e em publicações que destacaram sua trajetória artística.

Todos os direitos reservados – Galeria Espaço Arte MM – 2024

A oportunidade perfeita para conectar os apreciadores com os grandes nomes da arte nacional e internacional.